terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Mundo À Parte - 1

O Mundo é estranho a mim.
Torto de onde o vejo.
Caminha por rumos incertos,
Lhe importando o que não interessa.

Eu, tenho a alma inalcançável,
Como inalcançável é o fim do arco-íris.
Ele, pequeno é,
Como pequena é a caixa de fósforos.

Vive na inexpressão dos olhares gélidos,
Enquanto busco o calor nos olhos amenos.

O Mundo é Mundo por ser distante.
Não distante do Sol.
O Mundo é distante de mim.
E eu, distante dos homens mundanos.

O Mundo À Parte - 2

Enquanto alguém fala algo importante sobre Obama,
Escrevo meia dúzia de linhas desinteressadas.

Talvez Obama seja mais importante,
Mas ele é só presidente.
Mais importantes são essas linhas
Que falam da alma e não da mente.

O Mundo À Parte - 3

Catuquei os ombros do Mundo outro dia.
Ele não sentiu.
Chamei seu nome. Gritei bem alto.
Ele não ouviu.

Decidi dar-lhe uma rasteira:
Escrevi uma poesia...

E o Mundo sorriu com timidez
(Estava conquistado).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quanto muda a beleza

O objeto analisado É.
E é não apenas o que É,
Mas o que nele se vê,
Ou o que nele se há de ver.
A cada tempo um novo ser ele é.
É a contemplação de um estado de espírito:
Se lhe rio, É belo;
Se lhe choro, É perturbante
(feio, talvez).
E apesar de um,
Ele é vários, variante variando,
Sempre! Não porque o quer,
Mas porque o É.
A beleza das coisas
Mora no olhar que a contempla,
Mas com quantos olhares se pode ver?
Com tantos quanto se possa contar.
Contos variados de uma história só;
Cantos variados de uma cantiga só;
Belo ou feio, o objeto É.
Não porque é visto assim,
Mas porque foi concebido assim:
Pronto. Nem feio, nem bonito.
Apenas, objeto!

A beleza muda,
O objeto É.