quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quanto muda a beleza

O objeto analisado É.
E é não apenas o que É,
Mas o que nele se vê,
Ou o que nele se há de ver.
A cada tempo um novo ser ele é.
É a contemplação de um estado de espírito:
Se lhe rio, É belo;
Se lhe choro, É perturbante
(feio, talvez).
E apesar de um,
Ele é vários, variante variando,
Sempre! Não porque o quer,
Mas porque o É.
A beleza das coisas
Mora no olhar que a contempla,
Mas com quantos olhares se pode ver?
Com tantos quanto se possa contar.
Contos variados de uma história só;
Cantos variados de uma cantiga só;
Belo ou feio, o objeto É.
Não porque é visto assim,
Mas porque foi concebido assim:
Pronto. Nem feio, nem bonito.
Apenas, objeto!

A beleza muda,
O objeto É.

Nenhum comentário: