terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Rio de Janeiro

Um rio tranquilo.
Águas que conversam com as margens.
Sinto-me dentro dessas águas...
Coberta até a altura dos lábios.
Meus olhos, de um amarelado selvagem,
Fazem par com a natureza,
Imitando uma onça de pelo brilhante,
Sob o reflexo da água de cristal.

Sinal aberto.
Corro para atravessar a rua...
Para conversar na outra margem
Com um desconhecido de olhos opacos
Que me ensine um endereço qualquer...

Quem me dera fosse de um Rio..

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Minha

Ser sozinho é ser consciente.

A solidão não é o pesar de um poeta,

Mas sua completa companhia.

Não há outro alguém que lhe possa dar tanto sentido ao não-sentido.

Eu quero a minha solidão

E minha solidão me quer a mim,

Porque somos partes de uma mesma verdade,

Somos a existência da inexistência.

Somos, uma para a outra, a completude!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ideia Real


Estou apaixonada.
_Estranho
Me falta o objeto.
Simplesmente sei que amo.
Apenas amo.
E é tão forte, é tão intenso...
E é tão incerto
Como só o amor poderia ser.

Quero ouvir todas as canções melosas que me tiram o ar dos pulmões
E escrever todos os versos inflamados que pulsam meu sangue nas veias.
Eu amo. Definitivamente.
Fecho os olhos e respiro fundo
Busco com dificuldade o ar que me devolva os sentidos.
Eu amo e não tenho objeto
E talvez nunca tenha amado tão intensamente
_Estranho.

Não tenho ideia do que isso significa.
É muito real para ser vivido na cabeça.
Apenas sinto e não me importo.
Nunca amei assim.
Nunca amarei assim.

domingo, 19 de agosto de 2012

Paradoxal

Experimento a poesia
Como experimento a vida.
Elas mudam de tom,
Mudam de ritmo,
Sem mudar nada.
Tornam-se diferente a cada nova experiência.
Hoje sou outra da que fui ontem
E minha poesia já não possui
A rima e a cadência de outrora.
Uma nova necessidade,
Uma nova perspectiva
E me torno minha poesia.
Não sou eu que a mudo,
Mas ela que me reconstrói sempre.
Capta de mim o extravagante
E o reorganiza em verso.
Não, não sou diferente do que já fui!
Sou igual àquilo que ela exige de mim.
Sou gente e por isso não sou nada.
Só existo nela
E ela através de mim
Me torna viva.

domingo, 6 de maio de 2012

ÀS ANTIGAS

     Uma história de amor começa assim, sem quê nem porquê. Eu era daquelas que acreditavam no amor moderno, aquele ao estilo Vinicius de Moraes, "eterno enquanto dure". Dez anos, dez meses, dez dias, dez segundos... Tempo suficiente para amar e desamar uma pessoa das mais diversas e intensas maneiras.
     Amei de formas diferentes a pessoas diferentes e amei com o amor mais sincero e extrovertido. Amei no barzinho, no condomínio, no teatro, no passeio ao calçadão e no perfume inebriante da maresia que me tomava por inteira ao entrar pela janela do carro. Amei de bom humor, de mal-estar, de camisola e só de meias. Amei por completo.
     Enxergava no rosto dos segundos, que de forma ligeira se precipitavam em minutos, um tempo que corria contra mim e contra o qual eu deveria me posicionar! Amar a todo o tempo foi o que decidi e amei de joelhos na igreja enquanto rezava para não desperdiçar a última gota do cálice do vinho do amor.
     Amei os drinks da noites e as noites que terminavam em dias e os dias que terminavam em drinks. Amei o amor que havia no não-romantismo, o amor livre de pressupostos e idealizações. Amei a liberdade de amar sem promessas e prometi nunca amar de outra maneira.
     Meu maior amor foi Gabriel. Um ano, dois meses e vinte e um dias de uma paixão declarada, recitada, esmiuçada e incomodamente tranquila. Nos amamos de verão a verão e amanhecemos no mesmo sentimento todos os dias de cada estação, comprando juntos casacos de lã e roupas de banho.
     Amei muito Gabriel durante toda a eternidade daquele amor de laços de fita, mas uma semana após nosso rompimento já amava ainda mais intensamente Rafael. Um amor pulsante, hiperativo, frenético e irritantemente inquieto. Nos amamos por cinco semanas e nunca compramos juntos uma roupa de banho.
     Muitos amores me seguiram nas próximas duas semanas e, como borboleta que voa de flor em flor, saltitei por todos eles, tirando-lhes o melhor e assim sendo feliz. Mas eu precisava comprar um biquíni, então telefonei para Gabriel. Tentei três ou quatro vezes, mas o número já não era o mesmo. Desisti do biquíni e voltei a viver e a amar.
     Amei Daniel e me encantei com toda a timidez desse meu novo amor.




(CONTINUARÁ)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Siga

Segue, Segue o rumo
Sem prumo, eu assumo,
Segue o rumo.
Segue, segue a vida,
Comprida, Cumprida,
Comprimida.
Segue, segue o barco,
Segue Baco
Meus abraços.
Segue, segue ligeiro,
Sorrateiro ou faceiro,
Segue primeiro.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Carta de Despedida APP

          Dia 13 de junho de 2011 foi um dia do qual esperávamos muitas coisas. Finalmente a fase teórica tinha acabado, 4 meses sentados na sala de aula durante 8 horas seguidas. Uns ansiavam pela prática dizendo “tenho certeza de que vou me sair bem melhor que na teoria”, outros a temiam pensando “será que eu vou dar conta daquilo?” (e eu já vou logo me incluindo no segundo grupo). Em uma coisa todos concordavam ‘a gente finalmente iria entender o que era o Controle de Tráfego Aéreo’!!!

         Aqueles que chegaram pontualmente naquele dia encontraram um amontoado de instrutor como nunca se viu igual... um bando de gente! (Enquanto isso, eu seguia desmaiada pelas ruas do CTA...)

         Bem, o estranhamento foi das duas partes, acredito! De um lado a gente olhava um monte de instrutores diferentes, com sotaques diferentes, preocupados com um monte de coisas das quais nós não fazíamos a menor ideia ... Do outro lado, vocês olhavam, cautelosos, pra um bando de gente esquisita, e claramente ansiosa pra se achar naquela conversa toda.

          Ah, mas o estranhamento foi apenas momentâneo... bastou meia dúzia de brincadeiras e sorrisos e nós já éramos íntimos há décadas!

          Na Torre tudo era alegria! Uma preocupaçãozinha aqui, outra ali, mas nada que um churrasco semanal não apagasse num instante. Tivemos, nesse período já tão saudoso, boa parte dos grandes momentos que levaremos de São José dos Campos para as nossas vidas. E eu me lembro de cada um deles como se tivessem acabado de acontecer! Ai, ai... Chega a doer no peito pensar que eles agora são realmente só lembranças!

          Cada brincadeira, cada apelido, cada discordância da ICA... cada um de vocês... cada um de nós... foi algo que só aconteceu uma vez, que só aconteceu com essa turma, que só aconteceu com esses instrutores. Nossos momentos foram únicos, e única será a saudade que vai ficar no coração de todos nós!

          O grande prêmio que a turma 2 recebeu do ICEA foi poder desfrutar da companhia de vocês não só na Torre, mas no APP também!

          Como já esperado pela turma, o Controle de Aproximação foi o momento mais difícil e tenso do curso até agora. Nós sofríamos de um lado, vocês sofriam do outro. A gente estudava até de madrugada, vocês ficavam até tarde preparando material e pensando em como facilitar nosso entendimento e aprendizado. A boa notícia é que apesar dos percalços, tudo isso funcionou e hoje estamos aqui, com mais uma fase concluída: vocês voltando para a casa com a certeza do dever cumprido e nós aliviados com o final da fase mais complexa do curso.

         Se vocês pudessem ficar pro ACC, e podem ter certeza de que gostaríamos disso, eu vejo agora: seria apenas tornar tardia, porém maior a nossa tristeza de vê-los partir. É inevitável que se dê o último adeus, que se dê o último abraço, que se diga pela última vez que gostamos demais de vocês, porque, apesar do vazio que vai ficar, hoje é o último dia no qual nos dirigimos a vocês como nossos instrutores...

          Ah, mas não quero ver ninguém triste aqui, não! Vocês não serão mais nossos instrutores, mas isso não importa, porque PRA SEMPRE vocês serão nossos AMIGOS! Cada um com seu jeitinho, cada um com sua peculiaridade, sua opinião... cada um com seu cada um. E nós, eternamente gratos a cada um de vocês!

          Espero que vocês tenham boas lembranças para levar daqui, assim como foram boas as que vocês deixaram pra gente.

                                                                                                               ATM 005 turma 02/2011

(Assista ao vídeo de despedida TWR/APP)